sábado, 6 de fevereiro de 2010

Media Digitais e Construção da Identidade Social

3ª Actividade:

Para realizar esta actividade, juntei-me às colegas Raquel e Conceição, formando o grupo 2. Escolhemos o texto Producing sites, exploring identities. Youth authorship, de Susannah Stern (texto 2).
Trata-se de um estudo muito interessante, feito a partir da recolha de evidências (com base em centenas de entrevistas feitas a jovens entre os 12 e os 21 anos), confirmando que mais de metade dos jovens já partilharam algum tipo de conteúdo online, inclusivamente já partilharam as suas vidas na internet e que, comparativamente aos adultos, os jovens produzem mais do dobro de sites pessoais.
Neste estudo, a autora propõe que se dê uma especial atenção a este fenómeno, considerando-o como uma forma significativa de produção cultural durante a adolescência e repudia a atitude de desdém, sentimento de apreensão ou de crítica vigorosa comum por parte dos adultos.
A autora encara, neste texto, o fenómeno sob uma perspectiva diferente, tentando perceber o " porquê".
-Por que é que os jovens valorizam tanto a expressão do " eu" na internet?
" Esta e outras questões são colocadas ao longo do texto, procurando dar-lhes uma resposta:
In this chapter, I provide a divergent perspective by exploring why young authors find value in expressing themselves online. My goal is neither to celebrate nor to critique youth online expression, but rather to illuminate the ways in which it is meaningful form of cultural production, particulary during adolescence. Concentrating on the genres of personal home pages and blogs, in particular, I stay close to the producers themselves, asking: what do they see as the rewards of online expression? How do they make choices about the self-presentation they offer? what role do audiences play in their decision making? How is online expression valuable, and in what ways is it unfulfilling?"(1)

Apresento aqui o quadro, em anexo ao nosso trabalho, que pretendeu ser uma síntese das principais ideias contidas no texto sobre o tema em estudo neste fórum:

Mais uma vez fui surpreendida pela constatação de que a minha atitude como adulta era semelhante à repudiada pela autora, no texto. Não propriamente uma atitude de desdém, mas de sentido crítico em relação à produção dos jovens na internet e um sentimento de alguma apreensão.
Talvez por por ser mãe de dois adolescentes e recear os perigos, nomeadamente de predadores que se aproveitam da informação pessoal exposta pelos jovens na Net.
Contudo, a leitura deste texto permitiu-me fazer algumas reconsiderações e perceber que, na qualidade de pais e professores, se acompanharmos os alunos na utilização e criação online, alertando-os desses perigos, talvez seja uma atitude mais inteligente e vantajosa para todos.
Sobretudo no contexto escolar, (re)considero que mais vale promover a utilização dessa utilização por parte dos alunos pelos professores do que assumir uma atitude crítica ou de rejeição.
A leitura deste texto apresentou-me uma perpectiva inovadora, visto que alerta para o facto de se dar pouca atenção à compreensão do motivo que leva os jovens a expressarem-se na Net de uma determinada forma, salientado a importância do adulto tentar compreender como essas experiências são importantes para eles no processo de construção da sua identidade pessoal e social. Trata-se de um processo de construção diferente que não nos pode deixar indiferentes!
Esta imagem representa os jovens e o novo processo de construção da sua identidade pessoal e social
Paticipação no fórum discussão:
Destaco a resposta da Raquel às intervenções dos colegas Nuno e Julieta por considerar que vai ao encontro da atitude defendia por Susannah Stern relativamente produção e edição de conteúdos online por parte dos jovens. Uma atitude de observação e promoção por parte dos adultos/ professores, em vez de crítica, utilizando o potencial da internet com uma finalidade mais valiosa com fins educativos e profissionalizantes que os preparam para a vida.
Olá Nuno e Julieta,
[...]Gostaria apenas de reforçar um aspecto que considerei muito interessante e que confirma a minha opinião pessoal sobre o assunto. Ao contrário do que muitos temem, os jovens de hoje não sabem menos do que os de antigamente, não fazem menos, sabem e fazem de forma diferente. Os dois estudos apresentados comprovam este facto.
Os jovens, quando confrontados com situações autênticas, empenham-se e procuram resolvê-las tomando posições e defendendo-as; muitas vezes recorrendo a aprendizagens já feitas, outras vezes, activando mecanismos que acabam por produzir novas aprendizagens. Se colocarmos um jovem perante uma situação e o envolvermos na sua resolução e, além disso, lhe solicitarmos o recurso aos MDC, que fazem parte do seu mundo social, teremos, sem dúvida, sucesso.
As tecnologias estão ao serviço da aprendizagem e não faz sentido que no mundo de hoje assim não seja. Os jovens continuam a surpreender-nos, a nós que vamos perdendo a capacidade de nos surpreender e que, por vezes, não os valorizamos, tentando protegê-los em demasia. É necessário continuar a dar-lhes oportunidades para que possam desenvolver-se enquanto pessoas. Os dois estudos mostram que isso é possível aliado ao uso das novas tecnologias.
Raquel

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