domingo, 17 de janeiro de 2010

Nativos Digitais versus Imigrantes Digitais

1ª Actividade:
Esta actividade teve como objectivo a distinção entre os conceitos de nativo digital e imigrante digital, caracterizados por Prensky (2001 e 2004).
Não conhecia os conceitos e achei curioso o facto de constatar que pertenço a uma geração designada por imigrante digital: Os meus avós contavam histórias em frente à lareira, os meus pais dormitam em frente à televisão e, aqui estou eu, a digitar umas reflexões em frente ao computador e ao televisor.
A actividade desenvolvida e os textos lidos ajudaram-me a encarar a relação dos jovens com os media digitais de uma forma diferente. Confesso que não encarava essa relação de uma forma tão positiva e optimista, considerando-a mais um vício, quase uma dependência!
Os meus filhos, por exemplo, puros “ nativos digitais”, vivem e convivem frente ao computador. Por vezes, isto aborrece-me, irrita-me:” Tanto tempo agarrados ao computador! Já chega!"
No entanto, a leitura dos textos sugeridos nesta UC, levaram-me a questionar não só a relação deles mas também a minha própria atitude como professora e mãe, levou-me a repensar a minha própria relação com os média digitais e concluí: antes imigrante, que ignorante!
Por que não tirar proveito deste recurso para os " cativar" e ajudá-los a aproveitar ao máximo os blogues, os motores de pesquisa, etc?

Prensky também nos alerta: “But there is a new, emerging, different form of life out there, that the Digital Natives are creating for themselves. If you are a parent or educator, the one thing you can be absolutely sure of is that you ignore it at your peril!” (1)

Após a leitura dos textos, e em trabalho a pares, criámos ( eu e a Raquel) uma apresentação em powerpoint, onde traçámos o perfil do estudante digital:

No final, salientámos a atitude mais correcta a adoptar pelo professor a fim de tornar as suas aulas mais dinâmicas, sugestivas e eficazes: reconsiderar metodologias e conteúdos; recorrer às novas tecnologias em sala de aula e aprender o mais que puder, são alguns dos conselhos emanados dos textos lidos e mencionados nossa apresentação.

" Unfortunately for our Digital Immigrant teachers, the people sitting in their classes grew up on the “twitch speed” of video games and MTV. They are used to the instantaneity of hypertext, downloaded music, phones in their pockets, a library on their laptops, beamed messages and instant messaging. They’ve been networked most or all of their lives. They have little patience for lectures, step-by-step logic, and “tell-test” instruction.
Digital Immigrant teachers assume that learners are the same as they have always been, and that the same methods that worked for the teachers when they were students will work for their students now. But that assumption is no longer valid. Today’s learners are different" (2)

Participação no fórum:

Destaco a minha resposta à Raquel não só por considerar a intervenção dela muito pertinente mas também por considerar que saliento o papel do professor como educador e intermediário no processo de crescimento do " nativo digital": ajudá-lo a crescer mais forte, mais autónomo e mais seguro para a vida.

Raquel,
concordo, quando referes que “ ao professor cabe o papel de continuar a trabalhar mentes que vêem, pensam e decidem”, articulando com as novas exigências digitais.
O estudante de facto, nativo digital, domina as ferramentas tecnológicas para realizar aquilo que mais lhes interessa. A sua rotina diária passa pelo uso de recursos digitais: comprar, namorar, comunicar, jogar, coleccionar, pesquisar…Tarefas que executa com facilidade e destreza.
Mas, quantos aproveitam realmente esse domínio dos recursos/ ferramentas digitais para transformar a informação em conhecimento?
Relativamente à pesquisa, por exemplo, o que se verifica é que estes efectuam uma recolha rápida da informação. Quando é preciso elaborar um trabalho, limitam-se a: copiar, colar e imprimir, não fazendo qualquer trabalho de compreensão e transformação da informação.
Ou seja, não é pelo facto de serem nativos digitais, que não carecem da formação para uma abordagem crítica das tecnologias.
Sendo assim, o grande desafio do professor, imigrante digital, será desenvolver nos alunos a literacia digital:
1º criar a necessidade e a motivação para procurar a informação;
2º seleccionar a informação adequada;
3º orientar o aluno para uma análise mais aprofundada da informação, transformando-a em conhecimento, com recurso às tecnologias digitais.
Só então, o estudante digital estará melhor preparado para o futuro para ver, para pensar e decidir perante a sociedade digital.
Contudo, ainda há outra questão que se coloca, ao analisarmos os alunos que temos, actualmente, na escola: será que de facto todos eles são nativos digitais?Será correcto etiquetar toda esta geração de: “nativo digital”?
Em Portugal e noutros países, as diferenças económicas, sociais, culturais não permitem, ainda, que o acesso dos alunos à informação e à comunicação se processe de forma homogénea. Primeiro, penso que a escola ( BE e professores) tem de estar atenta às formas diferenciadas de acesso dos alunos à informação e à comunicação e terá o papel da permitir o acesso de todos e esbater estas diferenças.

Milena


Recursos de Aprendizagem:
1- Prensky, M. (2004) The Emerging Online Life of the Digital Native: What they do differently because of technology and how they do it. 1-14.

2-Prensky, M. (2001) Digital natives, digital immigrants. In On The Horizon (Vol9, nº 5). NCB University Press.

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